HISTÓRIA & MEMÓRIA: NOSSA MAUÁ ONTEM E HOJE
Meio ambiente e espaço urbano em Mauá: síntese histórica dos parques naturais da cidade
Em decorrência das comemorações (ou alertas!) alusivas ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado anualmente em 5 de junho por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em
Lembrando a clássica definição do termo, “meio ambiente refere-se ao conjunto de fatores físicos e biológicos que cerca os seres vivos, influenciando-os e sendo influenciado por eles”. Ou ainda, como o conjunto de condições que permitem abrigar e reger a vida em todas as suas formas, inserindo-se nesse contexto a ocupação humana do espaço natural e suas consequências.
O surgimento dos parques da Gruta de Santa Luzia, do Guapituba, do Magini e mais tarde, do Parque do Paço, insere-se nesse processo de compreensão do meio urbano como fruto das relações dos seres humanos com o espaço que constroem e com os recursos naturais e atividades desenvolvidas pelos grupos que se interpõem pelo uso, ocupação e apropriação desse espaço.
Os primeiros parques municipais: Parque da Gruta de Santa Luzia e Parque do Guapituba
Sempre é importante compreender que o surgimento dos parques naturais e daquilo que se convencionou denominar de “consciência ecológica” são eventos relativamente recentes, sobretudo a partir de meados dos anos 1950 do século passado, quando os efeitos dos impactos ambientais provocados pelo modelo capitalista de desenvolvimento começaram a serem sentidos de maneira mais contundente.
O crescimento desordenado das cidades como Mauá, por exemplo, seguiu uma dinâmica de ocupação e exploração de seus recursos naturais até praticamente sua exaustão, causando graves impactos ambientais. Como paliativo a esses impactos foram surgindo nas grandes e médias cidades parques naturais e outros espaços de preservação do meio ambiente local.
Em Mauá, o pioneiro parque natural a surgir foi o da Gruta de Santa Luzia, onde está localizada a nascente do Rio Tamanduateí. Criado no início de 1974 pela Prefeitura de Mauá como “Parque da Gruta”, o espaço tinha originalmente mais de 450 mil m², sendo que a área havia sido parte de uma fazenda pertencente aos padres beneditinos entre os séculos XVI e XVIII. No inicio dos anos 1900, parte da área passou para as mãos de particulares, recebendo o nome de Sítio Itapeva ou Sítio da Pedra Grande.
Nessa época, os proprietários do atual parque também investiram na exploração de pedras e criaram no local a Pedreira dos Ferrari. Como se sabe, Santa Luzia é a protetora dos olhos e era frequentemente invocada pelos trabalhadores, cujas vistas estavam expostas às lascas de pedras. Por isso, encontrava-se no local uma imagem dessa santa, provavelmente deixada pelos canteiros. Em 1992, o então Parque da Gruta recebeu a denominação de “Parque Ecológico de Mauá”, cuja área verde do Parque Municipal de Gruta a partir de então foi considerada intocável para manutenção do ecossistema local.
Alfredo Klinkert Junior
O Parque Ecológico “Alfredo Klinkert Junior”, popularmente conhecido como Parque do Guapituba, foi inaugurado em 15 de dezembro de 1996 em área de proteção ambiental. O equipamento reúne diversos espécimes de Mata Atlântica em uma área de
O Parque também reúne dois casarões da época dos pioneiros da cidade, onde são realizadas atividades de educação ambiental. A área e os respectivos casarões construídos no inicio do século passado, de propriedade de Alfredo Klinkert Júnior (daí a denominação do parque), foram palco de reuniões secretas de grupos nazistas durante os anos 1930 e 1940, conforme relatos sem comprovação documental. Outros dois parques são localizados na cidade de Mauá: o Parque da Vila Magini (2003) e o Parque do Paço (conhecido como Parque da Juventude), implantado em 2015.
Sempre é importante lembrar que Mauá tem entre seus mais importantes símbolos a famosa Paineira, localizada na confluência da Avenida Barão de Mauá com a Rua Prefeito Ênnio Brancalion, ao lado da Praça Teotônio Villela, declarada a árvore-símbolo do município de Mauá, conforme Decreto 2072/1978; em 2002 foi tombada pelo Condephaat-Ma (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico de Mauá). A gruta de Santa Luzia também é tombada como patrimônio local desde 2017; o Parque do Guapituba tem processo de tombamento aberto desde 2014, aguardando finalização dos estudos para sua transformação em patrimônio natural da cidade.
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Referências bibliográficas:
MEDICI, Ademir. De Pilar a Mauá. Prefeitura Municipal de Mauá, 1986.
PUNTSCHART, William. Memórias da Cidade. Assahi Gráfica e Editora, 2004.
Site Mauá Memória: www.mauamemoria.com.br
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